Culpados pela tragédia
Considerei estranho o posicionamento do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), que, ao se pronunciar, oficialmente, sobre o incêndio numa boate em Santa Maria (RS), no qual morreram 233 pessoas, afirmou que a prioridade seria investigar as causas e não apontar culpados.
Num momento de comoção nacional, o governador teria que ter sido duro. O alvo são os culpados. E os culpados estão claramente identificados: o dono da casa noturna, a banda e o prefeito.
O primeiro violou todas as leis: alvará de funcionamento vencido, descumprimento das recomendações feitas pelo Corpo de Bombeiro em vistoria e – o mais grave – a não abertura de saídas de emergências.
O empresário é acusado, também, de impedir a saída dos clientes em pânico dando ordens à segurança para só liberar mediante o pagamento das comandas.
Os músicos são igualmente responsáveis pelo que aconteceu porque um deles fez uma espécie de show pirotécnico usando um sinalizador num ambiente fechado, o que provocou o incêndio.
Já o prefeito do município, que concede o alvará de funcionamento, foi negligente ao permitir que a boate continuasse funcionando sem cumprir as normas legais e necessárias de segurança exigidas. Triste País em que o seu povo não tem sequer a certeza de que está seguro numa simples casa de diversão!
Triste de um País em que as leis não funcionam, não se respeitam. Triste de um País em que a autoridade soberana do Estado de uma tragédia como esta se apresenta dócil diante de uma consternação pública.
A tragédia se deu num Estado rico, com uma das maiores rendas per capta do País, onde o mínimo que se pode esperar é o funcionamento pleno das instituições. Imagine se essa tragédia tivesse se abatido no Nordeste!
Já estaríamos sofrendo na pela mais uma campanha de discriminação pelas redes sociais, porque somos enteados da Nação, os jecas-tatus, que frequentam casas noturnas sem saídas de emergência, porque por aqui é mais fácil burlar as leis.
COMOÇÃO NACIONAL– As notícias sobre a tragédia em Santa Maria (RS) chegavam aos poucos na manhã de ontem. As primeiras informações davam conta da existência de 90 mortos, número que subiu em seguida para 134, depois para 180 e, mais tarde, 233. Comovida, Dilma antecipou o seu regresso do Chile e no início da tarde já estava prestando solidariedade aos familiares.Todos os governadores se manifestaram sobre o assunto, inclusive Eduardo Campos, que ligou para Tarso Genro (PT).
Pariu um rato! - Conforme este blogueiro antecipou, finalmente chegou às bancas, ontem, a edição da revista Época com o governador Eduardo Campos na capa. Ao contrário do que se previa, a reportagem foi mais positiva do que negativa. Em dez páginas, a acusação mais grave ao socialista foi carimbá-lo de coronel e nepotista.
O caso Antunes - Na cadeia desde o dia 5 de outubro do ano passado, o jornalista pernambucano Ricardo Antunes também teve direito a uma página e foto. No relato do repórter da Época, Pernambuco é, hoje, o único Estado do País onde há um jornalista preso sob a acusação de extorsão contra o marqueteiro Antônio Lavareda. Ouvido, Antunes disse que era “o único preso político do País”.
Ninguém enfrenta - Aliados e adversários do governador foram comedidos na reportagem de Época. Humberto disse que ele segue a máxima de Maquiavel: um príncipe não deve ser amado, mas temido. Sérgio Guerra disse que ele era um sedutor. A frase mais dura partir de Daniel Coelho: “Eduardo consegue conciliar práticas de coronelismo com eficiência na gestão”.
Na vice - O editorial da revista IstoÉ desta semana destaca que o governador Eduardo Campos encontra-se na confortável condição de ser cobiçado por Dilma e pela oposição. Esta sonha com uma chapa formada por ele e o tucano Aécio Neves. Informa que, na conversa com Dilma, o governador acenou para vice na chapa da presidente, que disputa à reeleição.
CURTAS
PERIGOSO – Já o jornalista Paulo Moreira Leite, que assina a coluna Brasil Confidencial na mesma revista, informa que se Eduardo disputar o Planalto pode se transformar num adversário muito mais perigoso do que o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
EM TODO LUGAR – O governador, aliás, está em toda a mídia nacional. A revista Veja noticia que ele joga uma guerra fria com o PT: age como candidato ao Palácio do Planalto já em 2014 com um agendão de fazer inveja pelo País, mas continua aliado de Dilma.
Perguntar não ofende: E quando veremos os mensaleiros no xadrez?
Fonte: Blog Magno Martins
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